sábado, março 20, 2010

Dia do pai


Querido pai

Eu sem ti não era feliz. Eu gosto muito de ti. Eu quero que tu sejas o meu melhor amigo para sempre, até quando fores velhinho. Eu quero que tu não te vás embora. Eu preciso muito de ti.

Filipe
Aveiro, dia 19 de Março de 2010

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Comovi-me, a sério. Eu sou assim...

2 comentários:

Um pai disse...

É lindo a dedicação dum filho ao pai.
Um bom pai, carinhoso e atencioso é sempre o líder de qualquer filho. Para ele, o pai, é o melhor entre todos, o mais forte, o mais capaz, o mais inteligente do mundo.
Isso mantém-se mesmo depois deles serem também pais.
Quando passam à puberdade e a razotes há-de vir os desaforos, as preocupações sem fim, com baldas atrás de baldas, a emancipação prematura com a contestação à mistura...
Mas a dedicação e admiração mantém-se mesmo que seja só no seu íntimo mesmo depois de partirmos.
Seremos uma referência, que eles transmitirão aos seus filhos, nossos netos, e nas suas memórias seremos sempre seres impolutos, quando afinal, é tudo fruto do amor que lhes demos.

Barba azul disse...

Caro Pedro

Não tenho nada que ver com a sua vida, mas suponho que o medo do seu filho em o perder, quase explícito, deve ter algum fundamento de possibilidade?

Acho que presentemente a sociedade se orienta por directivas demasiado egoístas quanto ao papel do indivíduo na sociedade e particularmente no casamento / família.

A pessoa que numa situação de antagonismo ou qualquer tipo de dificuldade no casamento, se esforça pelo apaziguamento, pelo diálogo, pela paciência, pela re-sedução do outro, é vista e feita sentir como uma ave rara, um "totó".

Se o Pedro por acaso estiver numa dessas situações de crise e reflexão do casamento, não queira ser "socialmente correcto". Pense por si, pelos seus sentimentos, pela sua coragem, também pelo seu sentido de amor e obrigação para com o seu filho. Que as decisões sejam puramente suas e da sua mulher, não do código social vigente!

A teoria da sociedade é que a separação é em qualquer situação preferível à discussão, ao sacrifício, e que é sempre melhor para os filhos a separação dos pais do que assistirem a discussões, nem que sejam ocasionais. Acho isso uma treta egoísta e desapaixonada. Não acredito num casamento de relação em igualdade de posição marido / mulher e em que exista paixão, sem discussões ocasionais, sem pelo menos amuos. E acho até que ajuda as crianças a crescerem mais fortes e mais seguras assistirem a amuos / zangas / reconciliações do pai e da mãe. Necessáriamente sem que a violência possa passar para lá duns estalos recíprocos, sem que haja prepotência / dominação dum em relação ao outro, claro. Não é nada a que os meus filhos nunca tenham assistido (tenho quatro raparigas e um rapaz) e a certeza que têm no nosso amor e carinho mútuos vem em parte da certeza da sua resistência a testes de ruptura, de testemunharem até o seu crescimento.

Se é o caso, não desista sem luta. Não tenha pena de si próprio. Não tenha medo de ser socialmente desalinhado. A acontecer, que seja porque tinha mesmo que ser.

Desculpe se me meto onde não sou chamado, mas também eu fico comovido com cartas como a do seu filho...